Brita

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Ciclo de Vida

Ciclo de vida é o conjunto de todas as etapas necessárias para que um produto cumpra sua função na cadeia de produtividade. Sua análise permite a quantificação das emissões ambientais e o impacto ambiental de um produto, sistema, ou processo.

Objetivos

Selecionar um material da construção civil (estudo de caso: aço) para analisar seu processo produtivo, suas principais características e propriedades, suas classificações ou subdivisões, relações com a construção civil e a arquitetura, bem como a Avaliação do Ciclo de Vida, coletando informações sobre as entradas e saídas deste ciclo e os impactos ocasionados.

Conceito

Brita é a rocha quebrada mecanicamente em fragmentos de diverso diâmetros. É muito utilizada na fabricação de concretos, no lastro de rodovias e outras obras da construção civil, antes desse processo é também chamada de basalto, uma pedra de origem ígnea ou magmática. Este tipo de rocha é facilmente encontrada em todo Brasil. Este material, também chamado de agregado quando relacionado a concretos, possui massa unitária entre 1 e 2 kg/dm3 e grãos angulosos que possuem utilizações específicas. A classificação do tipo da brita é de acordo com seu diâmetro. É classificada de 0 (zero) a 5 em ordem crescente.

 

Propriedades

– Material classificado como agregado de origem artificial, de tamanho graúdo. Tendo como área fonte as pedreiras, que exploram rochas cristalinas com solos pouco espessos de cobertura, no estado físico sem muita alteração, de preferência aquela contendo rochas quartzo à feldspáticas como os granitos, gnaisses. Porém, às vezes, rochas como o basalto e calcários microcristalinos, também são explorados para essa finalidade.

– A textura da rocha fonte deve ser coesa e não muito grossa, com baixa porosidade, ausência de plano de fraqueza ou estrutura isotrópica. Não é recomendável utilizar rochas xistosas, com acamamento, foliações finas, micro-fraturas;

– A forma e superfície do grão exercem influência. Portanto, formas arredondadas e superfícies lisas reduzem a porosidade entre os grãos e facilitam a fluidez do concreto. Formas angulosas e superfícies rugosas facilitam a aderência do cimento.

– As normas técnicas (NBR) são: agregado para concreto (7211), apreciação petrográfica (7389), amostragem (7216), forma (7809), pedra e agregados naturais (7225), alterabilidade (12696/7).

Os tamanhos de britas são classificados pela ABNT NBR 7525, como:

  1. N° 1 – 4,8 a 12,5mm
  2. N° 2 – 12,5 a 25mm
  3. N° 3 – 25 a 50mm
  4. N° 4 – 50 a 76mm
  5. N° 5 – 76 a 100mm

 

Produção

  • Lavra: A lavra de brita é feita a céu aberto, em meia encosta, e as operações se iniciam com a execuçã do plano de fogo para desmonte primário (perfuração + detonação por explosivos), que fragmenta cada trecho das bancadas da frente de lavra. Caso o material não esteja com dimensões adequadas para a entrada na planta de beneficiamento (fragmentos maiores que 1 metro), efetua-se o desmonte secundário, por fogacho (raramente), rompedores hidráulicos ou drop ball.
  • Carregamento: O carregamento dos fragmentos rochosos é feito com pós-carregadeiras em caminhões, que depositam o material em locais junto às instalações de britagem, conhecidos como praças de alimentação, para armazenagem temporária e alimentação dos britadores em horários específicos (à noite, refeições, manutenção, etc.), ou transportam o material diretamente atéos britadores primários.
  • Beneficiamento: As operações de beneficiamento, quando necessárias, são puramente mecânicas, e consistem em britagem primária, secundaria e rebritagem em uma ou duas etapas (britagem terciária e quaternária), e pode ser realizada a seco ou a úmido. O britador primário, de mandíbulas, faz a fragmentação dos matacões, e neste ponto pode ou não ocorrer lavagem da pedra, para a diminuição de material pulverulento durante a cominuição e classificação da rocha.  No caso de ocorrer lavagem, as partículas menores são estritamente produzidas nas fases seguintes, e são isentas de quaisquer impurezas anteriores, tais como capeamento, matéria orgânica, dentre outras. Quando não há lavagem, é comum a separação de bica corrida quando não há lavagem após a primeira britagem, onde o material é enviado para ser comercializado sem qualquer classificação. Após a fragmentação no britador primário, há a formação de pilhas-pulmão, que alimentam os britadores secundários. O britador secundário pode ser de mandíbulas ou do tipo cônico. Os britadores terciário e quaternário são cônicos, ou de impacto, sendo atualmente usados na tentativa de reduzir a lamelaridade do agregado e a produção de finos.
  • Transporte: o transporte de brita entre os britadores e/ou rebritadores é feito, normalmente, por um sistema de correias transportadoras, sempre procurando aproveitar o desnível topográfico para economia na planta de beneficiamento. Para diminuir o pó em suspensão, gerado pela atividade de britagem, algumas das pedreiras valem-se de sistemas de aspersores de água, instalados nas bocas dos britadores e nas correias transportadoras.
  • Expedição: A expedição é mecanizada ou automatizada e o transporte é feito exclusivamente via frete.

 

Usos na Construção Civil

Assim como a areia, a brita é usada basicamente na construção civil, seja na sua forma natural ou em compostos, como o concreto. Os principais segmentos de consumo da brita são:

brita

Fonte: ANEPAC

 

Descarte

Na construção civil, quase não há desperdício de brita, a qual é usada integralmente nas estruturas onde faz-se necessária. Apenas quando as edificações são destruídas que é possível falar de descarte dos agregados que, por sua vez, estão misturados em compostos de difícil separação. Os resíduos devem ser encaminhados à reciclagem ou para aterros específicos.

 

Reciclagem

Nos últimos anos, a conscientização sobre a importância da gestão de resíduos da construção civil tem crescido e as soluções começam a surgir na forma de empreendimentos de reciclagem, que reaproveitam tais materiais, reintroduzindo-os em novos ciclos produtivos para fabricar novos produtos.  Os entulhos da construção civil são matéria-prima de qualidade para agregados, como areia e brita, que podem ser reaproveitados na pavimentação, contenção de encostas, canalização de córregos e uso em argamassas e concreto. Além de reduzir a pressão sobre os recursos naturais (rochas, cascalhos, areia, etc), a reciclagem de resíduos da construção civil é portadora de vantagens sociais, econômicas e ambientais. Para as prefeituras, significa menos despesas e área nos aterros para receber esses entulhos.

 

Fornecedores

PINTO COMERCIO DE AREIA E BRITA:
Av Doutor Assis Antônio Mariani,
161 – Esplanada
Caxias do Sul, RS
Telefone: (54) 3215-3349

PEDREIRA BRITACET:
Sítio Olho D’água do Pitaguary,
Maracana -CE
Telefone: (85) 3384.4210

BRITA CAMBUÍ INDÚSTRIA E COMÉRCIO:
Av Antônio Dias Medeiros, s/n|Cambuí,
Minas Gerais, Brasil
Telefone:(35) 3431-3003

 

Fornecedores em Santa Catarina

AGREMIX COMÉRCIO DE AGREGADOS LTDA:
Max Humpl,Prof, 639, Salto Norte, Blumenau – SC,
Telefone: (47) 3327-1840

VERONEZZI COMERCIO DE AREIA:
Rua Joaquim Francisco de Paula, 1740,
Chico de Paula, Jaraguá do Sul
Telefone: (047) 3273-0132

COMÉRCIO DE AREIA E BRITA IRMÃOS HANEMANN:
Rua Bertha Weege, s/n, Barra do Rio Cerro,
Jaraguádo Sul -SC
Telefone: (47) 3376-0586

 

Impacto Ambiental

A produção de brita, por fatores mercadológicos, impõe sua atuação próximo dos centros consumidores, caracterizando-se como uma atividade típica das regiões metropolitanas e urbanas. O índice de clandestinidade dessa atividade é significativo e preocupante. Os impactos ambientais provocados são grandes e descontrolados, degradando ambientes de delicado equilíbrio ecológico (dunas e manguezais), alterando canais naturais de rios e os aspectos paisagísticos. No geral as cavas são utilizadas como bota-fora da construção civil e até mesmo como lixões.

 

Referências

SILVA, João Paulo Souza- Impactos ambientais causados por mineração;

EVANGELISTA, Tânia Maria- Extração de rocha para a produção de brita em Itapemirim;

QUARESMA, Luiz Felipe- Perfil de brita para construção civil;

CHIOSSI, Nivaldo José – Geologia aplicada à Engenharia;

OLIVEIRA, A. M. S. e BRITO, S. N. A. – Geologia de Engenharia,