Vidro
Ciclo de Vida
Ciclo de vida é o conjunto de todas as etapas necessárias para que um produto cumpra sua função na cadeia de produtividade. Sua análise permite a quantificação das emissões ambientais e o impacto ambiental de um produto, sistema, ou processo.
Objetivos
Selecionar um material da construção civil (estudo de caso: aço) para analisar seu processo produtivo, suas principais características e propriedades, suas classificações ou subdivisões, relações com a construção civil e a arquitetura, bem como a Avaliação do Ciclo de Vida, coletando informações sobre as entradas e saídas deste ciclo e os impactos ocasionados.
Conceito
O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida através do resfriamento de uma massa a base de sílica em fusão. As composições individuais dos vidros são muito variadas, pois pequenas alterações são feitas para proporcionar propriedades específicas, tais como índice de refração, cor, viscosidade, etc. O que é comum a todos os tipos de vidro é a sílica, que é a base do vidro.
Propriedades Físicas
– Densidade
– Elasticidade
– Dureza
Propriedades Térmicas
– Dilatação linear
– Tensões de origem térmica
Histórico
As histórias mais difundidas afirmam que o vidro foi descoberto acidentalmente por navegadores fenícios, há mais de quatro mil anos.
O que se sabe, comprovadamente, é que os povos egípcios, sírios, fenícios, assírios, babilônios e gregos já realizavam trabalhos com vidro e que este foi aperfeiçoado pelos romanos. Durante vários séculos o setor vidreiro continuou a se desenvolver em alguns países da Europa, que contribuíram para o aperfeiçoamento dos processos de produção e de valorização do caráter estético e artístico das peças de vidro. No fim do século XX, iniciou-se o processo de modernização aplicado a sua produção, com o aperfeiçoamento de novos produtos, ampla utilização dos vidros de segurança, vidros com superfícies tratadas entre outros avanços proporcionados pelas mais recentes descobertas tecnológicas que acabaram por tornar o vidro uma peça fundamental na vida do homem.
Processo de Fabricação
Forno de Fusão:
– Após a mistura de areia com os demais componentes do vidro, a mesma é dirigida até o forno de fusão através de correias transportadoras;
– Com temperatura de até 1.600oC, a composição é fundida, afinada e condicionada termicamente, transformando-se numa massa pronta para ser conformada numa folha contínua.
Galeria de recozimento:
– A folha de vidro entra na galeria de recozimento;
– Resfria-se controladamente até aproximadamente 120oC ;
– Está preparada para o corte.
Inspeção automática:
– Antes de ser recortada, a folha de vidro é inspecionada por um “scanner”;
– Identifica-se eventuais falhas no produto;
– Caso haja algum defeito decorrente da produção do vidro, ele será automaticamente refugado e posteriormente reciclado.
Recorte, empilhamento e armazenagem:
– O recorte é realizado em processo automático e em dimensões pré-programadas;
– As chapas de vidro são empilhadas automaticamente e pacotes prontos para serem expedidos e armazenados.
Transporte e Distribuição
Após consolidado o processo de fabricação, as chapas de vidro são encaminhadas a distribuidoras, vidraçarias ou diretamente a fabricantes de esquadrias e outras estruturas que utilizam o vidro na construção civil ou para outros fins.
Relação com o Desenvolvimento de Produtos
Por sua versatilidade e inúmeras possibilidades de aplicação, o vidro assumiu o papel de curinga, ganhando cada vez mais espaço em projetos arquitetônicos e de decoração.
Seu correto emprego no projeto arquitetônico pode contribuir muito para o conforto térmico e luminoso de uma edificação e diminuir custos com o tratamento destes quesitos.
Descarte
O vidro na construção civil, diferentemente de outros materiais, normalmente não possui função estrutural e não sofre cargas de nenhum tipo. Logo, seu descarte torna-se necessário quando há quebra ou rachadura.
Alguns cuidados são necessário no descarte de vidros: embalar os cacos em papelão ou papel jornal, de modo que não possam causar ferimentos aos profissionais responsáveis por sua coleta.
Já no caso de embalagens, o vidro pode ser retornável, o que é ecologicamente melhor do que reciclar. Isso acontece pouco atualmente mas indústrias como as de cerveja vêm instalando essa cultura.
Reciclagem
O vidro, em termos teóricos, é 100% reciclável, e a mesma “unidade” de vidro pode ser aproveitada inúmeras vezes. Isso constitui uma grande vantagem do ponto de vista ambiental, não só pela economia de matérias-primas, como também pela menor geração de lixo urbano. Segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), a utilização na fabricação do vidro de 10% de cacos significa ganho energético de 4% e redução de 5% nas emissões de CO2.
Os cacos de vidro encaminhados para a reciclagem são separados por cor, para evitar alterações de padrão visual do produto final e reações que formam espumas indesejáveis no forno.
O material é lavado em tanque com água, que após o processo precisa ser tratada e recuperada para evitar desperdício e contaminação de cursos d’água.
O material passa por uma esteira ou mesa destinada à catação de impurezas, como restos de metais, pedras, plásticos e vidros indesejáveis que não tenham sido retidos. Um triturador transforma as embalagens em cacos de tamanho homogêneo, que são encaminhados para uma peneira vibratória. O vidro é armazenado em silo ou tambores para abastecimento da vidraria, que usa o material na composição de novas embalagens.
Como um reflexo das vantagens mencionadas, a reciclagem de vidro aumentou, no Brasil, de forma muito expressiva: enquanto em 1991 eram recicladas 15% das embalagens de vidro, em 2004 esse índice atingiu 45%.
Indústria
O setor de vidro pode ser definido como oligopólio homogêneo. Dominado por grupos que atuam internacionalmente de forma direta ou através de associações comerciais, estima-se que 80% da sua produção mundial sejam provenientes de empresas multinacionais pertencentes a esses grupos, enquanto os outros 20% são divididos entre pequenas e médias empresas regionais. Dados de 2005 indicam que os grupos Pilkington, Saint-Gobain, Guardian, Asahi e Owens Illinois participavam com 77% da capacidade mundial de produção de vidro, o que demonstra a elevada concentração dessa indústria.
Em junho de 2006, a Pilkington foi adquirida pela NSG UK Enterprises Limited, subsidiária da Nippon Sheet Glass, e passou a denominar-se NSG/Pilkington.
Os principais produtores são Japão, Estados Unidos, China e alguns países da União Européia: Alemanha, França, Itália, Espanha, Bélgica e Portugal. A China é o país que tem mostrado o mais rápido e acentuado crescimento, nos últimos anos, basicamente em função do aquecimento da demanda no mercado automotivo e na construção civil em geral.
Fornecedores
AGC Vidros do Brasil
-36 unidades de produção do tipo float localizadas em toda a Europa (18), América do Norte (3) e Ásia (15).
AGC Vidros do Brasil atua na indústria da construção civil e na indústria automotiva.
Cebrace
-Fruto de uma joint-venture entre a Saint-Gobain (França) e a NSG (Japão), que adquiriu a Pilkington em 2006;
-Sedes no Brasil: Jacareí (SP), Caçapava (SP) e Barra Velha (SC);
Guardian
-No Brasil, a Guardian possui duas unidades fabris: Porto Real-RJ, Tatuí-SP.
Saint-Gobain Glass
-No Brasil, a Saint-Gobain Glass possui unidades fabris em: Capivari (SP), São Paulo (SP), Esteio (RS), Recife (PE), Belém (PA) e Capivari (SP)
Impacto Ambiental
Apesar de poder levar até 1 milhão de anos para se decompor na natureza, o fato de o vidro poder ser facilmente reutilizado e reciclado o confere baixo impacto ambiental. Pelos quesitos já mencionados e por ter recursos abundantes na natureza e de fácil captação, o maior impacto da produção e distribuição do vidro se dá no transporte que, no Brasil, é predominantemente rodoviário.