Taipa de Pilão

TAIPA DE PILÃO


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  • O processo conhecido como taipa de pilão consiste na construção de paredes com a utilização de terra compactada em formas de madeira.
  • A terra vai sendo compactada, com o auxílio de um pilão, a cada 10cm, aproximadamente, e as formas vão sendo reposicionadas, para dar continuidade ao processo.
  • Esse sistema construtivo vem tomando um espaço cada vez maior na construção civil, em vários países, por apresentar uma grande durabilidade e ser uma tecnologia responsável e sustentável.

 

FUNDAÇÃO

  • Sistema construtivo: Taipa de pilão.
  • Materiais: Pedras ou concreto.
  • Como em qualquer construção com terra crua, o sistema construtivo de taipa de pilão precisa de uma fundação impermeabilizada, que fique acima do solo. A opção normalmente utilizada são as sapatas corridas, que permitem uma distribuição de cargas uniformes no solo e dificultam a capilaridade (fenômeno natural, onde a água do solo infiltra a base das paredes). As sapatas corridas podem ser feitas com ou sem concreto.

 

Figura 1: Fundação em sapata corrida.

Figura 1: Fundação em sapata corrida.

 

Figura 2: Preenchimento da fundação com pedras.

Figura 2: Preenchimento da fundação com pedras.

 

 

ESTRUTURA/PAREDE (PREPARAÇÃO)

  • Sistema construtivo: Taipa de pilão.
  • Materiais: Solo.
  • Com a fundação finalizada, é necessário fazer a escolha do solo que será utilizado para a edificação das paredes. O solo ideal deve ter uma proporção de 30% de argila e 70% de areia, e umidade que permita que os materiais estejam agregados. É importante que sejam retirados pedriscos e raízes deste solo.

 

Figura 3: A escolha do solo ideal é importante. A melhor proporção de 30% de argila e 70% de areia.

Figura 3: A escolha do solo ideal é importante. A melhor proporção de 30% de argila e 70% de areia.

 

  • Para a montagem das formas utilizam-se chapas de compensado, preferivelmente do tipo naval resinado. As formas possuem de 1 a 1,5m de altura, e de 2 a 4m de comprimento.

 

Figura 4: Montagem das formas.

Figura 4: Montagem das formas.

 

 

ESTRUTURA/PAREDE

  • Sistema construtivo: Taipa de pilão.
  • Materiais: Solo e madeira.
  • Inicia-se a compactação. A cada 10 ou 15cm de altura, o solo deve ser apiloado até que o som da compactação fique mais «pesado». Quando o solo estiver próximo ao nível máximo das formas, estas são reposicionadas. As formas podem ser reutilizadas diversas vezes.

 

Figura 5: Compactação do solo.

Figura 5: Compactação do solo.

 

  • Quando as paredes atingirem a altura esperada, as formas devem ser desmontadas, retirando-se as tábuas e placas laterais.

 

Figura 6: Desmontagem das formas assim que as paredes atingirem a altura esperada.

Figura 6: Desmontagem das formas assim que as paredes atingirem a altura esperada.

Figura 7: Parede erguida, após a desmontagem das formas.

Figura 7: Parede erguida, após a desmontagem das formas.

 

 

ABERTURAS

  • Sistema construtivo: Taipa de pilão.
  • Materiais: Madeira.
  • Os vãos das aberturas são deixados prontos à medida que as paredes são construídas, posicionando-se caixilhos de madeira.
Figura 8: Posicionamento dos caixilhos para as aberturas à medida que as paredes são erguidas.

Figura 8: Posicionamento dos caixilhos para as aberturas à medida que as paredes são erguidas.

 

 

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

  • Sistema construtivo: Taipa de pilão.
  • Materiais: Concreto.
  • As instalações hidráulicas da edificação não devem ser instaladas no interior da parede do sistema em taipa de pilão, pois estas são autoportantes, o que impossibilita futuros reparos. O mais aconselhável é que sejam construídas paredes hidráulicas de concreto.

 

Figura 9: Aconselha-se a construção de uma parede em concreto para a instalação hidráulica.

Figura 9: Aconselha-se a construção de uma parede em concreto para a instalação hidráulica.

 

COBERTURA

  • Sistema construtivo: Taipa de pilão.
  • Materiais: Convencionais.
  • A cobertura deve ser posicionada assim que as paredes forem finalizadas, impedindo que estas tomem chuva. A cobertura depende da preferência de quem estiver construindo.

 

Figura 10: Estrutura em madeira para cobertura.

Figura 10: Estrutura em madeira para cobertura.

 

ACABAMENTO

  • Elemento construtivo: Paredes.
  • Materiais: Cal, terra e areia.
  • Aconselha-se a utilização de reboco de terra para o acabamento das paredes, pois este permite o «respiro» do sistema. O reboco de cimento pode camuflar o início de infiltrações.

 

Figura 11:  Rebocamento das paredes com reboco de terra.

Figura 11: Rebocamento das paredes com reboco de terra.

 

OBRAS FINALIZADAS

 

Figura 12: Obra finalizada.

Figura 12: Obra finalizada.

 

Figura 13: Obra finalizada.

Figura 13: Obra finalizada.

 

 

PROPRIEDADES

  • Vantagens: Baixo custo; rápida execução; não necessita de mão de obra especializada; técnica de construção ecológica.
  • Desvantagens: Fragilidade à umidade; limitação vertical; contração do barro ao secar pode originar fissuras.

 

CUIDADOS GERAIS NA EXECUÇÃO

  • A construção não deve ser exposta à chuva, pois ela é feita de terra pura. Portanto, é aconselhável sempre tapar a obra com lonas plásticas.

 

 

 

 


 

REFERÊNCIAS

Como construir paredes e taipa. Disponível em: http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2005-1/taipa/manual.htm.  Acesso em: janeiro de 2014.

 

Prompt, Cecília.Curso de Bioconstrução. Brasília: MMA, 2008.Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf.  Acesso em: janeiro de 2014.

 

Taipa de pilão. Disponível em:  http://www.ceciliaprompt.arq.br/materiais-e-tecnicas/taipa-de-pilao.  Acesso em: janeiro de 2014.

 

Coordenação:

Prof. Lisiane Ilha Librelotto, Dr. Eng.

Prof. Paulo Cesar Machado Ferroli, Dr. Eng.

 

Bolsista:

Francielli Hang Telli, Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo, UFSC