Estacas
ESTACAS
[download da ficha]
CONCEITO
Estacas são elementos esbeltos (onde o seu comprimento é muito superior a sua largura), que tem a função de transmitir as cargas da estrutura para o solo. São usadas quando se necessita atingir camadas resistentes mais profundas.
Quando a carga do pilar for elevada ou o solo for de baixa capacidade de suporte, pode ser necessária a utilização de um grupo de estacas para transferir os esforços para o solo. Nesse caso, elas são cravadas próximas umas as outras e a solidarização no topo será feita por um elemento de transição denominado “bloco de coroamento”, situado entre a fundação e a superestrutura. O equipamento que geralmente é utilizado na cravação das estacas é o bate-estaca de gravidade.
No final da cravação, mede-se a nega, que é a medida da penetração da estaca para os últimos 10 golpes. Esta depende também da altura de queda e do peso do martelo, do tipo de bate-estacas e da velocidade das batidas.
Por conta de dificuldades durante a cravação de estacas pré-moldadas em solos muito duros é possível combiná-las e utilizar uma estaca mista, formada pela associação de dois elementos como madeira–concreto e metal-concreto.
TIPOS/MODELOS
As estacas podem ser de madeira, aço ou concreto e podem ser pré-fabricadas ou fabricadas no local da construção.
• Estacas pré-fabricadas: produzidas fora da obra, mas sempre partindo de requisitos estabelecidos no projeto estrutural, as estacas pré-moldadas chegam praticamente prontas ao canteiro para serem cravadas, principalmente, por bate estacas. A flexibilidade de uso, permite que elas suportem cargas de grandes e pequenas estruturas e sirvam também como reforço de fundações, é garantida pelas diferentes geometrias materiais que a compõem. Os materiais empregados na confecção das estacas pré-fabricadas são a madeira, o aço e o concreto. Em solos com camadas de resistências variáveis também é comum a composição de sistemas mistos.
• Estacas moldadas in loco: são estacas de concreto armado, cujo processo executivo é a perfuração ou escavação do solo, na presença ou não de revestimento ou lama bentonítica para contenção. Posteriormente é feita a concretagem com o lançamento do concreto dentro do furo escavado. Os tipos de estacas de concreto moldadas no local são: brocas, Strauss, Franki, Raiz (Injetada), Escavadas (Estacão) e Barrete, Hélice Contínua e Ômega.
Também podem ser classificadas pelo modo como transferem a carga para o solo:
• Estacas de ponta: o atrito lateral é desprezível, a carga aplicada pela estrutura é suportada pela ponta da estaca;
• Estacas de atrito: a resistência de ponta é desprezível, a carga aplicada pela estrutura é suportada pelo atrito lateral;
• Estacas de ação mista: as parcelas de ponta e de atrito lateral contribuem na absorção das cargas da estrutura;
• Estacas flutuantes: estacas de atrito implantadas em solo de baixa capacidade de suporte;
• Estacas de ação: são sujeitas ao longo de sua vida útil as cargas de arranchamento. Trabalham apenas por atrito lateral e podem ter a base alargada para aumentar a resistência à tração;
• Estacas de flexão: submetidas a cargas horizontais (laterais). Em casos extremos podem ter uma parte do seu comprimento não enterrada.
MÉTODO/TÉCNICA CONSTRUTIVA
1. Escavação da vala ou cravação da estaca de acordo com as medidas do projeto;
2. Execução da fundação seja por concretagem ou pela cravação de elementos pré-fabricados;
3. Colocação da armadura;
4. Concretagem;
5. Ligação com a estrutura;
6. Limpeza do local.
CUIDADOS GERAIS NA EXECUÇÃO
• Correto e completo estudo do solo;
• Fundação mais apropriada para o tipo de solo e cargas a serem suportadas;
• Locação do centro da fundação por meio de gabarito;
• Execução e verticalidade;
• Cuidados contra o desmoronamento do solo durante a execução;
• Material de boa qualidade.
REFERÊNCIAS