Contenções Provisórias

Contenções provisórias

 

CONTENÇÕES PROVISÓRIAS


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As contenções provisórias possuem um caráter transitório, sendo removida da obra assim que se constate que já não são mais necessárias. Indicada para alturas menores são suscetíveis à flexão e são deformáveis.

 

  • TIPOS/MODELOS

 

Nas contenções provisórias são empregados principalmente três processos construtivos:

• Contenção de madeira;

• Contenção com perfis cravados e madeira;

• Contenções com perfis metálicos justapostos ou descontínuos.

 

  • MÉTODO/TÉCNICA CONSTRUTIVA

 

1. Escora de madeira:

• Técnica utilizada para escavações de pequena altura, usualmente entre 1,5 e 2,5 m;

• O escoramento deve ser feito na medida em que se avança a escavação;

• As pranchas verticais se comportam melhor quando dotadas de encaixes tipo macho e fêmea, principalmente em areias e em terrenos argilosos muito moles, por melhor vedarem a passagem de água e de partículas finas de solo;

• No caso de escavações mais profundas, o processo utilizando perfis metálicos cravados e pranchas horizontais de madeira, torna-se técnica e economicamente mais recomendável.

 

2. Escora de perfis laminados de aço:

• Perfis laminados em forma de I ou T;

• O espaçamento entre os perfis varia em torno de 1,5 m;

• Sua altura deve ser algo maior do que a profundidade da escavação;

• A escavação é feita com o uso de bate-estacas idênticos aos utilizados na execução de fundações.

 

3. Uso de perfis de aço:

• No caso de escavações de maiores profundidades, nas quais os esforços horizontais são elevados, tanto os perfis quanto os pranchões já não conseguem mais absorvê-los de forma técnica e economicamente adequada. Passa-se a ter que trabalhar com perfis de grandes dimensões, cravados muito próximos uns dos outros e também com pranchões de grandes espessuras, ou mesmo com outro material;

• Nessas situações o processo construtivo mais indicado passa a ser o uso de perfis de aço conformados de forma adequada;

• Tais perfis, chamados de “estacas-prancha” são obtidos por perfilação a frio de chapas de aço de diferentes espessuras, conformados em geometrias capazes de resistir às cargas atuantes;

• Os perfis são dotados de encaixes nas suas extremidades, de modo que a parede de contenção é obtida pela cravação sucessiva de perfis encaixados uns aos outros, formando uma parede contínua, mas ao mesmo tempo flexível;

• A cravação dos perfis é feita por bate-estacas comum;

• Após a cravação do conjunto de perfis, pode-se iniciar a escavação sem a necessidade de se executar quaisquer outros serviços, a não ser a eventual colocação de escoramentos, estroncas e vigamento horizontal;

• Após o reaterro da escavação, os perfis são retirados do solo, podendo ser novamente reutilizado, com reaproveitamento de mais de 10 vezes.

 

4. Escavação do solo:

• Dá-se por níveis, sendo que na medida em que se retira o solo são colocados dois perfis consecutivos de pranchas de madeiras contra eles encunhadas.

 

5. Aprofundamento da escavação:

• Colocadas e encunhadas as pranchas de madeira, a escavação pode ser aprofundada, colocando a seguir novos pranchões e assim sucessivamente, até se atingir a profundidade desejada.

 

6. Reaterro:

• A escavação é reaterrada em camadas;

• As cunhas dos pranchões inferiores, assim como esses, são retirados e o solo recolocado, num processo cíclico, até se atingir o nível do terreno natural. Também as vigas horizontais e as estroncas são retiradas a medida em que o reaterro atinge sua cota;

• Terminando o reaterro, os perfis são sacados do solo através de guindastes, podendo-se inclusive utilizar extratores vibratórios que facilitam a sua retirada;

 

  • CUIDADOS GERAIS NA EXECUÇÃO

 

1. Com a deformação da contenção;

2. Pranchas bem encaixadas entre si;

3. Encunhamento;

4. Altura da escora, que deve ser maior que a da escavação;

5. Cravação dos perfis metálicos;

6. Reaterro em camadas;

7. Retirada dos pranchões e outros elementos da contenção;

 

  • PROPRIEDADES

 

1. O conjunto perfis mais pranchões forma uma contenção flexível, já que os pranchões estão apenas encunhados, permitindo que perfis sucessivos possa se deslocar na horizontal de forma diferenciada;

2. Nesse tipo de contenção o peso do terreno age horizontalmente sobra os pranchões, que por sua vez transferem a carga para os perfis, que acabam funcionando como vigas em balanço engastadas no solo. Daí a importância dos perfis terem um comprimento maior que a profundidade da escavação;

3. Escavações de média e grande profundidade precisam que seus perfis sejam ancorados em um ou mais pontos: por duas escoras horizontais ou estroncas, por uma escora inclinada ou por atirantamento;

4. É usual fazer a ligação dos perfis sucessivos por meio de viga de aço, de maneira que os mesmos passem a ter uma certa vinculação entre si. Os perfis sucessivos podem assim ajudar a absorver esforços localizados mutuamente, bem como diminuir as suas deformações;

5. Depois do reaterro todos os perfis, pranchões, cunhas, estroncas e vigas horizontais podem ser reaproveitados em outro trecho da escavação ou em novas escavações. A única exceção são escoramentos feitos com tirantes, nos quais esse não podem ser reaproveitados;

6. Outra possibilidade é utilizarmos a contenção por perfis e pranchões para executarmos uma contenção definitiva. Nesse caso se utilizam os pranchões como fundo de uma forma para a execução de uma parede de concreto armado;

7. Em obras provisórias, as “estacas prancha” são utilizadas na execução de valas ou trincheiras e ensecadeiras. Mas podem ser utilizadas também de forma definitiva. Nesses casos, os perfis são executados com aço galvanizado a quente, tornando-o resistente a corrosão e aumentando a sua vida útil. Algumas vantagens do sistema em relação perfil mais prancha:

• Uso de material de elevada resistência/peso;

• Elevado reaproveitamento dos perfis;

• Versatilidade: diferentes geometrias e diferentes espessuras;

• Combinação de perfis;

• Soldabilidade, podendo com isso combinar perfis;

• Velocidade e facilidade de execução;

• Pode ser utilizada em terrenos fofos e, principalmente em terrenos saturados de água, já que a sua cravação se dá antes da escavação.

 

  • MATERIAIS UTILIZADOS

 

• Perfis metálicos;

• Perfis de madeira; Contenções Provisórias

 

 


 

REFERÊNCIAS NORMAS TÉCNICAS DE REFERÊNCIA:
• ABNT NBR 8044 – Projetos geotécnicos;
• ABNT NBR 11682 – Estabilidade de Encostas;
• ABNT NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações;
• ABNT NBR 7182 – Solo – Ensaio e compactação;
• ABNT NBR 5739 – Ensaio de compressão de corpo de prova cilíndrico de concreto;
• ABNT NBR 6152 – Materiais metálicos, determinação das propriedades mecânicas a tração;
OUTRAS REFERÊNCIAS:
• CARDOSO, Francisco Ferreira. Sistemas de Contenção. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – Tecnologia da Construção de Edifícios I. Fevereiro 2002. (Documento não publicado). Disponível em: http://pcc2435.pcc.usp.br/pdf/sistemas_contencao.pdf. Acesso em 02 de novembro de 2012.
• LOTURCO, Bruno. Talude Seguro. Revista Téchne, edição 83. Editora Pini, São Paulo, Fevereiro de 2004.